Depois de 20 anos de pastorado, creio que pela graça de Deus aprendi muitas coisas importantes. Muitas lutas, muitas vitórias, muitas preocupações, duvidas, decepções, desânimo e também algumas luzes no fim do túnel. Aqui podemos repartir, compatilhar, interagir com todos que também estão inquietos em relação aos rumos da Igreja. Quem sabe poderemos juntos descobrir caminhos ou formas para contribuir para que o propósito de Deus para este mundo não seja dificultado.
Monday, October 11, 2010
Thursday, October 07, 2010
Como fazer discípulos de Cristo?
René Padilla
Se o propósito central da missão cristã é fazer discípulos, segundo a Grande Comissão que Jesus Cristo deu a seus discípulos (Mt 28.16-20), cabe a pergunta: Como fazer discípulos de Cristo? Para começar, precisamos levar em conta que um discípulo é primordialmente um aprendiz, alguém que está em processo de formação, cuja finalidade é que o aprendiz chegue a ser como seu mestre. Sob esta perspectiva, o mandamento de “fazer discípulos” é um mandamento para formar pessoas que cheguem a ser como Jesus Cristo.
Por certo, esta afirmação não coincide com um ensino que esteve presente em círculos evangélicos há alguns anos, segundo o qual a tarefa de discipular é formar discípulos à imagem e semelhança do discipulador. Não creio que esta tenha sido a intenção do mandamento. O Mestre por excelência a quem todos os cristãos somos chamados a seguir é Jesus Cristo. O apóstolo Paulo reconhece isto quando, escrevendo aos crentes na Galácia, lhes diz: “Meus filhinhos, por quem de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja formado em vós” (Gl 4.19). Isto não nega, no entanto, que só quem leva a sério seu próprio discipulado cristão está em condições de formar discípulos de Cristo. É por isso que o mesmo apóstolo exorta aos crentes em Corinto: “Sede meus imitadores, como também eu, de Cristo” (1Co 11.1). Tanto na tarefa de fazer discípulos como na de criar filhos, a pedagogia mais efetiva é a que depende muito mais do exemplo do que das palavras.
Voltemos à nossa pergunta inicial: Como fazer discípulos de Cristo? Já observamos na edição anterior que em nosso texto o verbo “matheteúsate” (“fazei discípulos”, no modo imperativo) é acompanhado por três formas verbais (gerúndios, no grego), duas das quais respondem diretamente a esta pergunta: “batizando-os” e “ensinando-os”.
O batismo é o rito de iniciação no discipulado. Este não é o momento para nos aprofundar na tradicional controvérsia entre quem pratica o batismo de crianças como sinal do pacto e quem pratica apenas o batismo de pessoas que creem, por entendê-lo como um ato consciente de identificação com Cristo. Para nosso propósito, basta destacar que na Grande Comissão se considera que o discipulado inicia com o batismo e que este é feito “em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (v. 19).
Com o batismo começa todo esse processo ao qual nos referimos anteriormente: o processo de formação do aprendiz para que chegue a ser como Jesus Cristo. Se não se leva isto em conta, corre-se o risco de fazer do batismo a única coisa que importa. Não foi isto que aconteceu com a conquista ibérica de nosso continente? Os conquistadores chegaram com um profundo sentido de missão, com a convicção de terem sido enviados por Deus. A cruz chegou acompanhada pela espada, os soldados chegaram seguidos pelos frades missionários. E, para “converter” os aborígenes ao cristianismo, se esforçaram para batizar milhares e milhares deles. Batizaram, mas não fizeram discípulos. E assim nasceram os nossos países: com massas batizadas, mas não evangelizadas. A pergunta é se hoje nós, os evangélicos, não corremos o risco de fazer o mesmo, impulsionados pelo desejo de aumentar o número de membros de nossas igrejas, mas sem a devida ênfase na missão de fazer discípulos.
E permanece a pergunta: Como fazer discípulos de Cristo? A forma verbal “batizando-os” é apenas parte da resposta e é inseparável da que se segue: “ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado”.
Traduzido por Wagner Guimarães
• C. René Padilla é fundador e presidente da Rede Miqueias, e membro-fundador da Fraternidade Teológica Latino-Americana e da Fundação Kairós. É autor de O Que É Missão Integral?.
Por certo, esta afirmação não coincide com um ensino que esteve presente em círculos evangélicos há alguns anos, segundo o qual a tarefa de discipular é formar discípulos à imagem e semelhança do discipulador. Não creio que esta tenha sido a intenção do mandamento. O Mestre por excelência a quem todos os cristãos somos chamados a seguir é Jesus Cristo. O apóstolo Paulo reconhece isto quando, escrevendo aos crentes na Galácia, lhes diz: “Meus filhinhos, por quem de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja formado em vós” (Gl 4.19). Isto não nega, no entanto, que só quem leva a sério seu próprio discipulado cristão está em condições de formar discípulos de Cristo. É por isso que o mesmo apóstolo exorta aos crentes em Corinto: “Sede meus imitadores, como também eu, de Cristo” (1Co 11.1). Tanto na tarefa de fazer discípulos como na de criar filhos, a pedagogia mais efetiva é a que depende muito mais do exemplo do que das palavras.
Voltemos à nossa pergunta inicial: Como fazer discípulos de Cristo? Já observamos na edição anterior que em nosso texto o verbo “matheteúsate” (“fazei discípulos”, no modo imperativo) é acompanhado por três formas verbais (gerúndios, no grego), duas das quais respondem diretamente a esta pergunta: “batizando-os” e “ensinando-os”.
O batismo é o rito de iniciação no discipulado. Este não é o momento para nos aprofundar na tradicional controvérsia entre quem pratica o batismo de crianças como sinal do pacto e quem pratica apenas o batismo de pessoas que creem, por entendê-lo como um ato consciente de identificação com Cristo. Para nosso propósito, basta destacar que na Grande Comissão se considera que o discipulado inicia com o batismo e que este é feito “em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (v. 19).
Com o batismo começa todo esse processo ao qual nos referimos anteriormente: o processo de formação do aprendiz para que chegue a ser como Jesus Cristo. Se não se leva isto em conta, corre-se o risco de fazer do batismo a única coisa que importa. Não foi isto que aconteceu com a conquista ibérica de nosso continente? Os conquistadores chegaram com um profundo sentido de missão, com a convicção de terem sido enviados por Deus. A cruz chegou acompanhada pela espada, os soldados chegaram seguidos pelos frades missionários. E, para “converter” os aborígenes ao cristianismo, se esforçaram para batizar milhares e milhares deles. Batizaram, mas não fizeram discípulos. E assim nasceram os nossos países: com massas batizadas, mas não evangelizadas. A pergunta é se hoje nós, os evangélicos, não corremos o risco de fazer o mesmo, impulsionados pelo desejo de aumentar o número de membros de nossas igrejas, mas sem a devida ênfase na missão de fazer discípulos.
E permanece a pergunta: Como fazer discípulos de Cristo? A forma verbal “batizando-os” é apenas parte da resposta e é inseparável da que se segue: “ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado”.
Traduzido por Wagner Guimarães
• C. René Padilla é fundador e presidente da Rede Miqueias, e membro-fundador da Fraternidade Teológica Latino-Americana e da Fundação Kairós. É autor de O Que É Missão Integral?.
A família do Pastor corre perigo!
Hoje, na década de 1990, ninguém questiona o fato óbvio de que a maioria dos pastores e suas famílias estão sofrendo pressões cada vez maiores por causa do ambiente em que estão ministrando. (3) Isso não é de surpreender quando se reflete sobre a natureza do ministério. Considere estas pressões envolvidas no Pastorado:
1. O pastor envolve-se com o humanamente impossível - lida com pecado na vida das pessoas
2. O pastor cumpre um papel que nunca se completa – resolve problemas que vão se multiplicando.
3. O pastor serve sob uma credibilidade cada vez mais questionada aos olhos da sociedade.
4. O Pastor permanece a postos 168 horas por semana.
5. Espera-se que o pastor tenha um desempenho excelente em uma ampla gama de habilidades - sendo, a qualquer hora, erudito, visionário, comunicador, administrador, consolador, líder, financista, diplomata, exemplo de perfeição, conselheiro e apaziguador.
6. Espera-se que o pastor produza mensagens fascinantes, que transformem vidas, pelo menos duas vezes por semana, 52 domingos por ano.
7. A brigada de combate do pastor é, em geral, uma força voluntária, não uma ajuda remunerada.
8. O pastor e sua família parecem viver em um aquário que todos poder observar.
9. O Pastor muitas vezes é mal remunerado, não muito valorizado, pouco reciclado e sobrecarregado.
10. Como figura pública, o pastor pode receber as mais duras críticas tanto da comunidade como da congregação.
Ninguém que reflita um pouco pode negar que o ministério é potencialmente perigoso para o casamento e a família do pastor. Mas seria isso mesmo? Ou melhor, é necessário que seja assim? Ou, mais importante, Deus quer que seja assim?
3. Marshall Shelly, We/l-Illtelltiolled Dragolls (Waca: Word, 1985), descreve em detalhes as principais pressões que a maioria dos pastores enfrentam em algum ponto do ministério.
Do livro: Redescobrindo o Ministério Pastoral, John MacArthur, Jr., CPAD
Hoje, na década de 1990, ninguém questiona o fato óbvio de que a maioria dos pastores e suas famílias estão sofrendo pressões cada vez maiores por causa do ambiente em que estão ministrando. (3) Isso não é de surpreender quando se reflete sobre a natureza do ministério. Considere estas pressões envolvidas no Pastorado:
1. O pastor envolve-se com o humanamente impossível - lida com pecado na vida das pessoas
2. O pastor cumpre um papel que nunca se completa – resolve problemas que vão se multiplicando.
3. O pastor serve sob uma credibilidade cada vez mais questionada aos olhos da sociedade.
4. O Pastor permanece a postos 168 horas por semana.
5. Espera-se que o pastor tenha um desempenho excelente em uma ampla gama de habilidades - sendo, a qualquer hora, erudito, visionário, comunicador, administrador, consolador, líder, financista, diplomata, exemplo de perfeição, conselheiro e apaziguador.
6. Espera-se que o pastor produza mensagens fascinantes, que transformem vidas, pelo menos duas vezes por semana, 52 domingos por ano.
7. A brigada de combate do pastor é, em geral, uma força voluntária, não uma ajuda remunerada.
8. O pastor e sua família parecem viver em um aquário que todos poder observar.
9. O Pastor muitas vezes é mal remunerado, não muito valorizado, pouco reciclado e sobrecarregado.
10. Como figura pública, o pastor pode receber as mais duras críticas tanto da comunidade como da congregação.
Ninguém que reflita um pouco pode negar que o ministério é potencialmente perigoso para o casamento e a família do pastor. Mas seria isso mesmo? Ou melhor, é necessário que seja assim? Ou, mais importante, Deus quer que seja assim?
3. Marshall Shelly, We/l-Illtelltiolled Dragolls (Waca: Word, 1985), descreve em detalhes as principais pressões que a maioria dos pastores enfrentam em algum ponto do ministério.
Do livro: Redescobrindo o Ministério Pastoral, John MacArthur, Jr., CPAD
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